A bandeira vermelha continua!

Em cumprimento à Resolução Normativa nº 593, de 17/11/2013, desde janeiro deste ano, entrou em vigor o sistema de Bandeiras Tarifárias. Já falamos aqui no blog sobre ele, mas voltamos a alertar, pois a situação continua grave. Este sistema foi a forma encontrada pelo governo para que as concessionárias do país indiquem aos clientes que a energia consumida foi proveniente de uma fonte diferente da hidrelétrica, como a energia de termoelétricas que geram energia com custo mais elevado. Em geral, é o que acontece quando os reservatórios das usinas hidrelétricas estão baixos. Este custo da energia já era cobrado do cliente quando a tarifa sofria reajuste, mas o governo definiu que ele deve ser cobrado mensalmente e não mais uma única vez ao ano, como costumava ocorrer. Então, a ANEEL define todos os meses a cor da bandeira vigente que é informada na conta de luz. O sistema de Bandeiras Tarifárias funciona conforme abaixo:

bandeira vermelha

 

 

 

 

 

 

 

 

Acontece que, desde que entrou em vigor, a bandeira tarifária não saiu do vermelho. De janeiro a abril deste ano todos os brasileiros (residências, indústrias e comércio) pagaram mais caro pela energia. Em maio, a situação parece que será a mesma. Foi assim em todo o ano de 2014 (exceto em janeiro), quando o sistema de Bandeiras Tarifárias ainda estava em fase de teste.

Sabendo da situação energética do país e sendo avisado todo mês na conta de energia, os consumidores podem e devem adaptar o seu consumo de energia elétrica. Nas residências, as dicas de redução de consumo são amplamente divulgadas, mas quando se trata dos setores da indústria e do comércio, somente um monitoramento e gerenciamento eficiente de energia elétrica podem resultar em um consumo consciente e eficiência energética. Além do monitoramento e gerenciamento, temos em nosso site, na aba “materiais educativos” um e-book para ajudar nossos clientes industriais e comerciais com algumas dicas para economizar energia, ainda mais em épocas de bandeira vermelha. Segue abaixo o link:

E-Book – Dicas para economizar energia na empresa

Não podemos esperar a situação melhorar e continuar gastando tanto com energia elétrica. Já falamos em posts anteriores sobre ações que levam a redução de até 30% na conta de luz. Gerenciar e monitorar a energia elétrica é, sem dúvida, a forma mais eficaz para não sofrer com estes reajustes e criar uma cultura de eficiência energética que, até mesmo quando a bandeira tarifária estiver verde, o consumo será sempre feito de forma consciente.

A tecnologia LED é a solução?

Abordamos em um post anterior o estudo realizado para comparar o nível de economia de energia obtida com o uso de luminárias LED e luminárias LED com dimerização inteligente aplicadas na iluminação industrial em relação às luminárias de vapor metálico. E como o gerenciamento eficiente de energia elétrica pode, na prática, proporcionar a redução no consumo de energia. Hoje, aprofundaremos um pouco mais sobre a tecnologia LED.

LED

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Hoje em dia, os LEDs estão presentes na iluminação de diversos segmentos, desde residências até setores industriais. É muito mais comum vermos hoje o emprego da tecnologia LED no mercado e foram vários os aspectos que motivaram o crescimento do uso e do processo de desenvolvimento desta tecnologia. Mas por que tudo isso?

Primeiramente, há uma demanda muito grande por aplicação de novas tecnologias por parte da sociedade e a eficiência luminosa (relação entre fluxo luminoso e potência consumida) dos LEDs tem alcançado valores que superam os de qualquer outro tipo de fonte de luz empregada na iluminação técnica. Fora isso, é indiscutível a velocidade da evolução da tecnologia dos componentes associados ao LED, o que ajuda muito a elevar a eficiência dessa fonte. Somando ao melhor custo (mais acessíveis e amortizáveis) dos produtos associados aos LEDs.

O desenvolvimento de ópticas e lentes proporciona maior eficiência energética. Assim como também é melhor e maior o conhecimento sobre gestão de calor na luminária com LED, o que possibilita – além de maior eficiência energética – maior vida útil. Com esta tecnologia, novos aplicativos eletrônicos (drivers, controles) permitem maior capacidade de controle e dimerização. A maior robustez dos equipamentos garante a vida útil e maior confiabilidade. Sem contar a vantagem competitiva da tecnologia LED na comparação entre possíveis propostas tecnológicas para a criação ou renovação de instalações de iluminação, devido à menor potência instalada e energia consumida.

Os benefícios dos LEDs são tantos que não cabem em uma única postagem. Porém, ao levar em conta o balanço econômico final, a solução baseada em LEDs provavelmente exigirá um investimento inicial mais elevado (facilmente atingindo o dobro), mas isso pode ser amortizado (em parte ou totalmente) através do menor consumo de energia dessa tecnologia. Mas um investimento alto não pode ser decidido sem uma base técnica. Sem um gerenciamento de energia elétrica responsável. Pois, toda a economia alcançada vai depender de um projeto que avalie as características luminotécnicas, as tecnologias associadas, potências e consumos resultantes, e investimentos e custos. Deve-se sempre haver um monitoramento e um gerenciamento a fim de determinar com precisão a viabilidade do projeto e de seus cálculos luminotécnicos.

“Atualmente, haja vista que a viabilidade do LED é evidente, pode parecer que sempre será aconselhável empregá-lo nos projetos em que ele possa oferecer a solução competitiva. No entanto, mesmo sendo uma tecnologia que tem alcançado a maturidade na iluminação técnica, ainda há um caminho a percorrer para seu desenvolvimento futuro, que passa principalmente pela melhoria da eficiência do LED (medida em lumens por watt consumido, 1m/W) e pela crescente redução de custos do diodo e dos componentes eletrônicos associados.”

É claro que isso não quer dizer que é preciso esperar indefinidamente até que sejam atingidos os valores de máxima eficiência desses sistemas. Mas é através do trabalho de profissionais e consultorias responsáveis pelo gerenciamento e monitoramento de energia elétrica, que avaliam cada projeto ou oportunidade a fim de aplicar a tecnologia nos casos em que resultem vantagens, mesmo sabendo que daqui a alguns anos o desempenho dos LEDs terá melhorado, possibilitando atualizar a instalação por meio de um menor investimento. Talvez, a solução encontrada pode não ser a aplicação dos LEDs. Cada caso é um caso. Investir em monitorar e gerenciar a energia elétrica é o primeiro passo. Só assim, os demais investimentos serão aplicados com precisão e os resultados na redução do consumo e na eficiência energética serão possíveis.

Como um monitoramento e gerenciamento eficientes podem proporcionar a redução no consumo de energia elétrica

Uma fabricante de luminárias realizou um estudo para comparar o nível de economia de energia obtida com o uso de luminárias LED e luminárias LED com dimerização inteligente aplicadas na iluminação industrial em relação às luminárias de vapor metálico. Esta análise ilustra significativamente os resultados positivos que podemos ter através do monitoramento e do gerenciamento de energia elétrica.

Características do local

A experiência foi realizada na área de produção de uma fábrica de impressão gráfica, um galpão industrial de 2000m², que dispõe de luz natural através de 12 claraboias, permitindo assim otimizar a economia de energia através do uso de luminárias dimerizáveis. As luminárias estão instaladas a 8 metros do piso e há 12 claraboias de 2 m x 2 m, que dão entrada à luz natural. O galpão funciona 16 horas por dia, das 6h às 22h, e mede 60 m x 32 m. A figura 1 mostra a planta do galpão.

monitoramento e gerenciamento

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para entendermos melhor o experimento e a importância do monitoramento de energia elétrica, a área monitorada foi dividida em três zonas de estudo:

Zona A: com quatro luminárias de vapor metálico de 400W com reatores, um sensor de luminosidade KNX e uma clarabóia.

Zona B: com quatro luminárias LED de 200W, um sensor de luminosidade KNX e uma clarabóia.

Zona C: com quatro luminárias LED inteligentes de 200W, um sensor de luminosidade KNX, uma clarabóia, ajuste automático de luminosidade em função da entrada de luz externa, valor nominal definido em 270 1x.

Além destas luminárias, também foi instalado um sistema de monitoramento e gerenciamento de energia para visualização dos resultados obtidos.

Análise e resultados

Com todo o ambiente monitorado, foram realizadas as leituras pelos três analisadores de rede. Estas leituras podem ser vistas na figura 2, logo abaixo. Em amarelo, está a representação da realidade do galpão sem o gerenciamento de energia elétrica. Podemos ver as medições das quatro luminárias de vapor metálico, com o consumo mantido a 1,6kWh durante as 16 horas de funcionamento normal.

Em azul, as medições das quatro luminárias LED série 200, onde se observa um nível constante de consumo a 0,8 kWh durante as 16 horas de funcionamento normal. Há uma redução considerável apenas com a troca de luminárias de vapor metálico por luminárias LED série 200. Mas um gerenciamento eficiente vai muito além disso.

Considerando as claraboias existentes no local, em vermelho está a representação de um exemplo de monitoramento e gerenciamento eficientes de energia elétrica. Podemos ver as medições das quatro luminárias LED série 200 com ajuste dinâmico de intensidade, em função do nível de entrada de luz externa, que neste cenário precisava ser considerado. Podemos observar que o consumo das quatro luminárias foi de 0,8 kWh às 6 da manhã e, à medida que clareava o dia, a intensidade das luminárias era reduzida até o ponto de serem totalmente desligadas, quando o nível de luz externa tornou desnecessário mantê-las acesas.  Próximo ao meio-dia, o consumo voltou a subir, pois o céu ficou nublado. Após a dispersão das nuvens, a intensidade foi novamente reduzida e, ao entardecer, conforme ia escurecendo, voltou a aumentar.

 

 

monitoramento

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imaginemos que esta fábrica de impressão gráfica contratou a consultoria de gerenciamento de energia e, após a realização deste estudo, a tomada de decisão foi de substituir as luminárias de vapor metálico por luminárias LED. Só isso já proporcionaria uma redução de 50% no consumo de energia. Se somada à capacidade de dimerização automática em função do nível de luz natural externa, a economia atinge níveis ainda maiores.

Mas como saber o que precisa ser feito? Nem todos os ambientes são como este galpão e nem toda solução é a troca de luminárias. Por isso a importância de monitorar a energia elétrica, seja qual for o segmento da indústria ou comércio. É preciso conhecer as oportunidades de melhoria do consumo de energia através do monitoramento e aplicar planos de ação para conseguir resultados concretos  e otimizar o desempenho energético. E isso, só é possível por meio de um gerenciamento eficiente de energia elétrica.

Qual a relação do horário de verão com a energia ?

Muito se fala da adaptação ao horário de verão, uns gostam outros nem tanto assim, mas vale lembrar o motivo principal da aplicação do horário de verão.

A implantação do horário de verão tem como principal objetivo a redução da demanda por energia elétrica, com a tentativa de evitar uma sobrecarga ao sistema elétrico (que já trabalha no limite), aproveitando melhor a luz natural ao entardecer.

A maior preocupação é com o horário de ponta (período definido pela distribuidora e aprovado pela ANEEL, para toda sua área de concessão, considerando a curva de carga de seu sistema elétrico e composto por três horas diárias consecutivas (entre 17:00 h e 22:00 h), exceção feita aos sábados, domingos, terça-feira de carnaval, sexta-feira da Paixão, Corpus Christi e feriados definidos por lei federal.

No horário de ponta é quando ocorre um grande aumento de consumo de energia elétrica ao mesmo tempo.

Adiantando os ponteiros do relógio em uma hora, como acontece durante quatro meses no ano, em média, é possível que se aproveite melhor a luz natural, acarretando na redução da carga da ponta entre 3% à 5% e poupa o País de sofrer as consequências da sobrecarga na rede elétrica, na estação mais quente do ano.

E claro, proporcionando às pessoas as condições para exercer outras atividades e melhorar sua qualidade de vida.